O número de cervejarias registradas no Brasil chegou a 889, segundo dados divulgados em janeiro no Anuário da Cerveja no Brasil, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Só em 2018 foram criadas 210 cervejarias no país. O bom resultado também se reflete no número de produtos registrados: foram mais de 16 mil produtos (chope, cerveja, bebida mista, vinho, suco etc.) no ano passado. O número deve ser maior neste ano, resultado do processo de desburocratização do sistema, que permitirá uma facilidade maior para este tipo de registro.
O que esses números significam para o consumidor, na prática? Algumas questões são importantes para compreender o mercado. Em primeiro lugar, o crescimento de cervejarias e de estilos de cerveja é sempre benéfico para o consumidor. Aumentam as opções, há concorrência (mesmo que seja uma briga de pequenos contra grandes cervejarias) e há a possibilidade de consumir bebidas produzidas localmente.
Os dados mostram que, apesar da concentração de registros na região sul e sudeste, principalmente, houve crescimento em todas as áreas do país.
O aumento significativo na quantidade de cervejarias é um passo fundamental para que o mercado cresça. Com mais opções, rótulos regionais e um trabalho de inclusão de todos os estados brasileiros no universo da cerveja artesanal, acreditamos ser possível ultrapassarmos os 3% do volume de cervejas comercializado nos próximos anos. Hoje, a estimativa é que estejamos próximos aos 2%
Carlo Lapolli, presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal – Abracerva
Outro impacto do aumento de cervejarias é na questão do emprego. Um levantamento feito pela Abracerva, baseado em dados do Caged, mostra que cervejarias com menos de 100 funcionários geraram 1.114 vagas no ano passado. O número é quase 20% maior do que o das grandes indústrias, que geraram 828 postos de trabalho no mesmo período.
É importante ressaltar que o número de cervejarias pode ser bem maior do que o registrado no Anuário. É que as cervejarias ciganas, que produzem em outras empresas, não são consideradas neste processo, já que não possuem registro próprio no Ministério.
O crescimento de cervejarias demonstra ainda um interesse por parte do consumidor neste tipo de produto. Tanto que as grandes cervejarias têm criado cervejas que disputam o mesmo perfil, de um consumidor mais crítico e consciente das suas opções de compra. Nessa briga é importante reconhecer os bons produtos e as ofertas, mas também valorizar o produtor local.