Você certamente já se deparou com esse dilema: está no supermercado e não sabe se compra a versão em lata ou garrafa daquela cerveja que você curte. Um amigo diz “ah, a da lata não é a mesma coisa, compra da garrafa”. Outro amigo, rebate: “Eu acho lata muito mais fácil para guardar na geladeira, ocupa menos espaço”. E você fica ali na dúvida, tentando encontrar uma solução!
Vamos então explicar para que serve cada um dos tipos de envase e como você possa tomar a sua decisão de forma mais correta.
Em primeiro lugar, a lata é a embalagem mais fácil de carregar, inclusive, se você estiver viajando de avião, por exemplo, é muito mais fácil colocar seis latinhas na mala do que trazer seis garrafas. Essa é inclusive uma das dicas da reportagem que fizemos em agosto sobre o transporte de bebidas.
Depois, a lata, por ser bem fechada e impedir o acesso de oxigênio e luz na bebida, mantém as características iniciais da cerveja preservadas por mais tempo. Assim, se você está comprando cervejas que são mais aromáticas, com mais lúpulo (IPA, APA, todas as “Americans alguma coisa”) o ideal é que você compre em lata, do que na garrafa. A tampinha da garrafa sempre permite a saída de um pouco do aroma (principalmente se o fechamento for com rolhas, por exemplo) e as garrafas, mesmo as mais escuras, sofrem um pouco com a oxidação do contato com a luz do sol.
Aliás, essa oxidação é o que marca uma das cervejas mais queridas do grande público. A Heineken sofria muito no início com um efeito da luz na cerveja chamado “lightstruck“, ou em português, ao pé da letra, “atingido pela luz”. A oxidação causada pela luz (que pode ser natural ou artificial) fazia com que a cerveja ficasse com um cheiro característico, que acabou marcando a história do produto. É por isso que muita gente acha a Heineken de garrafa diferente da de lata. Hoje em dia os processos de produção foram bem adaptados, mas a recomendação, seja em lata ou garrafa, é de beber a cerveja mais fresca possível, garantindo assim que ela esteja dentro dos padrões de qualidade da companhia.
Por outro lado, o uso das garrafas de vidro permite que as cervejarias – principalmente as artesanais – invistam no design da embalagem (com rótulos criativos e formatos diferentes das garrafas), conquistando o espaço nas gôndolas e chamando a sua atenção quando vai às compras.
Além disso, por serem muito resistentes, permitem cervejas mais carbonatadas, já que o vidro aguenta bem a pressão interna. Outra questão a ser levada em conta é que o vidro é um péssimo condutor térmico. Portanto, depois de gelada, a garrafa demora mais para perder temperatura na sua mão do que uma latinha, por exemplo.
Como você já deve ter percebido, a escolha por lata ou garrafa passa mais por critérios de “como vou beber”, do que propriamente pela embalagem em si. Ou seja, se você vai para um churrasco, e vai levar cerveja, por exemplo, para beber em copos, a latinha é uma boa saída, por ser fácil de transportar e guardar na geladeira. Porém, se for pra beber na própria lata, aí é o caso de se pensar na garrafa, para manter a bebida gelada por mais tempo. Entende a lógica?
Crise no setor
No ano passado, o setor de garrafas viveu uma crise pela falta do material. As indústrias que fabricam garrafas não estavam conseguindo atender todo o aumento da produção das cervejarias nacionais (um problema muito bom, por sinal, pois indica que o nosso setor está em pleno crescimento!). A falta impactou inclusive a produção de garrafas para vinho e cachaça, por exemplo.
Só uma das empresas, com três unidades no Brasil, produziu, em média, 16 milhões de garrafas no ano passado. O número tem aumentado e acompanhado a demanda. Mesmo assim, algumas cervejarias em crescimento estão lançando versões de suas cervejas também em lata, o que garante uma produção maior, com a diversidade de formatos.
É o caso da Cervejaria Invicta, de Ribeirão Preto (SP). Recentemente foram lançados vários rótulos da cervejaria na versão em lata. Tudo vendido diretamente ao consumidor, pelo site deles.
Só no último mês, a Baden Baden, Zev, Colorado e a Maniacs também lançaram cervejas em lata. É definitivamente uma tendência para o mercado, oferecendo mais opções de consumo.
Segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas) e da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), houve um crescimento de 13,7% na venda de latinhas em 2019, na comparação com o ano anterior.
E você? Prefere cerveja em lata ou em garrafa? Dê sua opinião e compartilhe com os amigos!
