Deixe para trás todos os conceitos que você tem sobre pessoas viciadas em drogas, antes de ver este filme. A história mostrada em “Querido Menino” é inspirada em fatos reais. Mas ela vai além, pois consegue ser empática o suficiente para que você se coloque no lugar de cada personagem. O filme, distribuído pela Diamond Films, estreou neste fim de semana em todos os cinemas do país e é a dica de hoje da nossa coluna de cinema, do site Cerveja & Gastronomia!
O roteiro é baseado em dois livros escritos pela mesma família: o pai, David Sheff e o filho, Nic Sheff. O fato de juntar dois pontos de vista no mesmo filme traz um ganho enorme para o roteiro, que deixa o julgamento de lado para mostrar como as drogas transformaram a vida de uma típica família norte-americana.
Assim, uma história de contratempos, emotiva, é contada com toques de esperança e amor. É assim que percebi os incontáveis desaparecimentos do filho, as constantes internações e promessas quebradas, à medida em que Nic vai afundando cada vez mais no mundo das drogas.
A reação do pai que tenta de tudo para salvar aquele que ele chama de “querido menino” está muito bem interpretada pelo ator Steve Carell. Você enxerga a aflição e a angústia nos olhos dele o tempo todo, sem perder a esperança. O elenco aliás, é digno de destaque. Todos cumprem muito bem o seu papel na história.
O diretor é o belga Felix van Groeningen, indicado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e que estreia como diretor e um dos roteiristas de um longa em língua inglesa.
Além disso, a forma como o filme foi escrito e dirigido é bem interessante. Os flashbacks não aparecem de forma didática. Nem são complexos. O filme não segue uma ordem cronológica, apesar de ter esse fio condutor padrão de início, meio, fim. Mas assim como é a relação dos personagens com as drogas, cheias de idas e voltas, o filme contempla essa característica nas telas. Vale a pena botar um reparo nesse ponto!
Timothée Chalamet concorreu ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator Coadjuvante. Não ganhou, mas mereceu a indicação. Uma das cenas em que ele se desespera e procura pelo pai ao telefone, mais para o fim do filme, é um dos pontos fortes.
Acho que o maior sucesso de “Querido Menino” está em mostrar que não existe fórmula mágica ou qualquer tipo de ferramenta quando o assunto é vício em drogas. O pai de Nic tentou de tudo, seguiu várias orientações médicas, mesmo assim precisou passar por todas as recaídas que o filho teve em vários anos. Ficou apenas a ilusão do controle, uma sensação muito comum entre usuários de droga (que sempre acham que estão no controle do próprio vício) e pais (que acreditam conhecer realmente seus filhos).
Veja o trailer e assista ao filme nos cinemas:
O que beber?
“Querido Menino” é um filme que nos força a ver o lado amargo da vida, quando o vício toma conta e faz um estrago devastador. É preciso equilíbrio. E essa é a característica que busquei na dica de cerveja de hoje.
A London Pride, produzida pela Fuller’s, combina maltes e lúpulos na produção de uma cerveja do estilo Bitter, que significa amargo em inglês. Porém, antes de você virar a cara para o “amargor”, ela é equilibrada, de cor avermelhada e bem leve.
É uma ótima opção para comer com carnes assadas, como frango e lombo, por exemplo. Vai muito bem com hambúrgueres simples também pois o adocicado leve do malte harmoniza com o tostado da carne, realçando os temperos na boca.
A cerveja tem 4,1% de álcool. Recentemente as garrafas receberam um novo visual e podem ser compradas em boa parte do mundo, já que é a cerveja mais exportada da Fuller’s.
Toda sexta-feira você vai encontrar, aqui, nesta coluna, uma indicação de filme e de um rótulo de cerveja. Mas quais os critérios para a escolha dos filmes e das cervejas? Veja aqui como é feita a nossa coluna semanal. Você também pode ler as colunas anteriores.