Filme sobre autismo, principalmente feitos em Hollywood, geralmente mostram um lado mágico, como se as pessoas que têm esse diagnóstico, fossem todas consideradas “gênios incompreendidos”. Felizmente, no filme “Po”, que entrou em cartaz nesta semana, nos cinemas, pela Cineart Filmes, a difícil realidade de quem convive com o autismo no dia a dia está retratada (mesmo que muito dramatizada, afinal, ainda é um filme!). Esta é a dica de hoje da coluna de cinema do Cerveja e Gastronomia.
O filme “Po” fala da relação de um pai que tem o filho autista. Depois da morte da mãe, eles passam a viver juntos, criando uma relação próxima, difícil e bem delicada, já que ambos precisam reaprender como conviver. Mesmo assim, não é um filme que te deixa triste. As histórias são bem intercaladas entre momentos de alegria e momentos de muita irritação, tal qual acontece na vida mesmo.
Os atores principais, aliás, são a melhor parte do filme. O menino então, nem se fala. Só quem convive com algum autista sabe que o ator Julian Fader se comporta igualzinho, no gestual, no rosto, no jeito de se comunicar. E é interessante ver, nos momentos em que “estamos” dentro da imaginação dele, que ele se comporta como uma criança qualquer, prova maior do trabalho de atuação.
As imagens e a fotografia destes momentos de fantasia são muito bonitos e representam uma leveza ao filme. É como se você conseguisse sair daquela realidade difícil e complicada, por alguns minutos, para se conectar com algo superior e reconfortante. O diretor conseguiu trazer um toque de inocência nesta parte, que ajudou muito no filme.
Meu único problema com “Po” está na trilha sonora, que é bem entediante e monótona. O piano em excesso chega a ser piegas para as cenas, lembrando muito as trilhas sonoras dos filmes brasileiros da década de 1990, em que não se tinha muito dinheiro para fazer a finalização.
Também não vale esperar uma mega produção. “Po” não é um filme típico de Hollywood. É um filme que tem por objetivo fazer você pensar sobre a questão da diversidade – mesmo que, para isso, às vezes opte por situações conhecidas e clichês. Mesmo assim, não tem um tom professoral e consegue transmitir as ideias sem sem chato.
Acho que é um bom filme para famílias, principalmente naquelas em que o assunto do respeito à diversidade precisa ser conversado. Veja o trailer do filme e assista nos cinemas:
Ah, e se quiser saber mais sobre o autismo, eu indico aqui o blog da minha colega jornalista Andrea, mãe do Théo. É o site Lagarta Vira Pupa. Lá você pode conhecer informações bem apuradas sobre o autismo e aprender com as experiências dela com o filho e com os dois cães (que são muito divertidos!). A Lola, uma Golden Retriever, é tão maluca quanto o meu Durkheim, da mesma raça.
O que beber?
A dica de cerveja hoje é uma Vienna Lager, estilo conhecido pelo sabor marcante, mais forte de malte, e de cor avermelhada. A Vienna Lager que nós vamos indicar é da Bierland, cervejaria de Santa Catarina que está investindo na produção de cervejas em lata.
Qual a vantagem? A qualidade da cerveja se mantém por mais tempo na lata do que na garrafa. Isso significa que ela vai chegar na sua casa com menos resquícios de oxidação natural pela qual passa a cerveja (por conta da luz).
A Vienna Lager da Bierland tem médio amargor (IBU de 37) e 5,4% de álcool. Este estilo vai muito bem com carnes assadas e grelhadas, como os hambúrgueres, por exemplo. Com essa quantidade de álcool e amargor, consegue equilibrar a gordura da carne e realçar os temperos como as pimentas. Além disso, o sabor do malte também reforça o dulçor do tostado, deixando as carnes e os pães torrados ainda mais gostosos.
Eu, particularmente, amo essa cerveja com uma boa coxinha de frango com catupiry. E combina ainda com uma infinidade de croquetes e bolinhos fritos, ótimos para acompanhar nos botecos.
Toda sexta-feira você vai encontrar, aqui, nesta coluna, uma indicação de filme e de um rótulo de cerveja. Mas quais os critérios para a escolha dos filmes e das cervejas? Veja aqui como é feita a nossa coluna semanal. Você também pode ler as colunas anteriores.
