O filme sensação dos cinemas, do ano passado, está desde a semana passada no catálogo do Telecine na TV e pela Internet no Telecine Play. Pantera Negra é um filme de super-heróis que merece ser visto, não só pelo que ele representa fora das telas, mas pela história de fortalecimento e união de um povo. Este é o filme da coluna de cinema de hoje!
O mundo é fictício, mas diz muito sobre nossa própria realidade: Wakanda é um país que fica escondido dos olhos dos homens e é composto de cinco tribos que vivem liderados pelo rei T’Chaka. Depois da morte dele, o príncipe é chamado para Wakanda para a cerimônia de coroação. Mas as tribos não são unânimes e é aí que a busca pelo poder começa a corromper os personagens.
Ver este filme é uma aula de conhecimento e respeito às culturas diferentes. As tribos são bem definidas e culturalmente diferentes, o que deixa tudo ainda mais rico.
É um filme que exalta a cultura negra – mesmo sem citar explicitamente as questões do mundo real – com diálogos que reflete a posição dos negros na sociedade norte-americana, principalmente da década de 1960, passando também por referências aos dias de hoje. É um dos pontos mais legais do roteiro, na minha opinião.
Além de dar visibilidade a um herói negro, Pantera Negra também valoriza a força da mulher negra e é um ícone da representação feminina no cinema (principalmente se levarmos em conta que a mulher, na maioria dos filmes de ação, se resume ao papel da “gostosa” ou da vítima indefesa).
As cenas de ação são muito bem feitas e ajudam no ritmo do filme. Misturando efeitos com propósito – cada cena tem a sua importância para a história que está sendo contada. Desde a cena inicial, na floresta, quanto na perseguição de carro pelas ruas da cidade grande. Não há tiros, porradas e brigas sem sentido – a ação sempre se justifica.
A única sequência que me incomoda um pouco é da batalha final, em que as cenas de ação ficaram um pouco arrastadas e exageradas na computação gráfica. Mas nada que tire o brilho do filme.
Ah, não deixe de ver duas cenas extras depois que o filme terminar. Uma logo depois da primeira parte dos créditos principais, e uma segunda, quando os créditos terminam.
Gostou das dicas? Veja o trailer:
O que beber?
Não tinha como fugir desta cerveja como dica para acompanhar o filme Pantera Negra. Com o mesmo nome, a cerveja escura produzida pela Trinca, em Minas Gerais, é uma porrada – no bom sentido – como o herói no filme.
Pantera Negra é uma Strong India Black Rye Ale com 10% de álcool e IBU de 90. Mesmo com tanto álcool e tanto amargor, a cerveja está muito equilibrada, com sabor de tostado na medida e um levíssimo dulçor – o que deixa o álcool menos perceptível na boca. Quando você bebe, você sente o álcool mas não parece os 10% que a bebida tem.
As cervejas da família Rye Ale levam centeio entre os ingredientes, além da cevada, o que traz mais cremosidade para a bebida (excelente característica para cervejas com muito álcool, na minha opinião), deixando uma sensação mais aveludada na boca. Além disso, o sabor do centeio, mais forte, também traz impactos no amargor e até uma leve picância. Quem já comeu aquele pão de centeio, integral, sabe do que eu estou falando.
No caso da Pantera Negra, é uma cerveja que se aproxima em termos de sabor, de uma Black India Pale Ale, mas com mais álcool (daí o nome “Strong” no estilo).
Não me lembro se já comentei aqui no site, mas as cervejas que têm Strong, Imperial ou Double no nome do estilo geralmente são cervejas com mais álcool do que o estilo original. Por exemplo, você tem uma Ipa e uma Double Ipa. A Double Ipa não é duas vezes mais amarga, como muitos podem pensar. Isso significa apenas que ela tem mais álcool do que a Ipa, neste caso.
Para harmonizar, essa cerveja combina com pratos doces, pelo álcool e pelo tostado. Tortas de chocolate trufadas, por exemplo, vão super bem com essa cerveja. Eu gosto da combinação do pudim (caramelo, leite), com essa cerveja também, apesar de não ser uma harmonização tão comum.
Entre os pratos salgados, prefiro harmonizar essa cerveja com cozidos, bem temperados e fortes, como o Goulash, por exemplo, prato de carne cozida típico da Rússia, com muita páprica! Um bom caldo de feijão com pimenta também vai bem com essa cerveja. E para os mais corajosos, até uma feijoada, num dia que não estiver muito quente. Ela vai acentuar o sabor “ferroso” do feijão e realçar os temperos. Mas cuidado: por causa do álcool, você vai suar bastante! Ou seja, é uma harmonização para quem gosta de experimentar sabores diferentes!
Eu conheci a Pantera Negra quando visitei o Mercado Cervejeiro, em Nova Lima, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. O espaço reúne várias cervejarias artesanais com restaurantes. Não é grande e, apesar de um pouco quente, o espaço é muito bom. Geralmente tem sempre música ao vivo, muitas mesas, gente bonita e muita coisa legal para experimentar.
Em cada loja das cervejarias, alguns lançamentos inclusive! No dia que eu fui, por exemplo, a Krug tinha acabado de lançar a Dry Stout, que ficou bem legal. Outras cervejarias tinham levado as cervejas especiais do Oktoberfest, então pude conhecer muita coisa diferente.
O sistema lá é do cartão do próprio Mercado. Você coloca os créditos e usa esse cartão para pagar suas compras. Tudo conferido com os recibos que eles entregam a cada pedido, para você ir acompanhando o saldo. É uma boa dica, porque o sistema às vezes faz uma cobrança dupla (já que é por aproximação). Isso aconteceu com um dos meus amigos, mas não demorou muito para ser resolvido, nem teve stress.
Antes de conhecer o espaço, uma amiga tinha dito que o Mercado era aconchegante. Eu não tinha entendido se era um elogio ou uma crítica quanto ao tamanho, mas quando cheguei lá percebi que a energia é essa mesmo. E é muito boa! Se você visitar Belo Horizonte, separe um tempinho para ir até o Mercado Cervejeiro.
SERVIÇO: O Mercado Cervejeiro abre de quinta a sábado, das 11h às 23h e aos domingos, das 11h às 18h.
Toda sexta-feira você vai encontrar, aqui, nesta coluna, uma indicação de filme e de um rótulo de cerveja. Mas quais os critérios para a escolha dos filmes e das cervejas? Veja aqui como é feita a nossa coluna semanal. Você também pode ler as colunas anteriores.