Quem nunca pensou em ser astronauta para por os pés na lua? No finalzinho da década de 1960, Neil Armstrong foi o primeiro homem a ir à lua, em uma missão da Nasa. A biografia do astronauta norte-americano é a base para filme “O Primeiro Homem”, em cartaz nos cinemas.
Filmes biográficos sempre me atraem. Gosto de ver como as pessoas contam suas histórias, como elas enxergam um dos pontos de vista de cada momento crucial da vida. Claro que são versões e cabe ao espectador ter um pouco de empatia para (tentar) compreender o que acontece, as decisões escolhidas e o rumo que tudo tomou a partir de cada fato.
Conhecer a história do primeiro astronauta a pisar na lua é um pouco disso. Quem é da minha geração, acaba enxergando em Neil Armstrong uma celebridade. Mas eu não sabia a que preço ele conseguiu esse ineditismo.
Dito isso, o filme começa muitos anos antes da chegada à lua e segue a ordem cronológica. Mostra um pai amoroso, que cuida da filha doente, e acompanha a transformação no homem obsessivo, completamente imerso no trabalho e frio com a própria família.
A pressão por resultados (muitas vezes vinda dele mesmo) é um dos pontos altos do filme. Essa mudança no personagem é que faz com que Ryan Gosling se exiba em seu melhor. Só eu acho que ele tem essa cara de quem vive no próprio mundo, naturalmente? Ele consegue dizer muito com pouca expressão facial e isso é ótimo para o papel, na minha opinião.
Quem também está ótima no filme é Claire Foy, a eterna rainha da Inglaterra de The Crown, na Netflix, interpreta aqui a esposa do astronauta. É ela que fica aflita quando o marido está em missões pela galáxia e é quem une a família – mesmo que forçosamente às vezes. Se vocês repararem, a atriz perdeu até o sotaque inglês e se comporta muito bem com o andar da história, crescendo emocionalmente sua personagem.
Uma dica (e um conselho): quando for ver este filme, não tenha pressa. É um filme longo (são mais de duas horas de filme!), com cenas rápidas, gravadas com câmera na mão na maior parte do tempo. O diretor Damien Chazelle optou por fazer poucos planos longos e abertos. Tudo é, em sua maioria, fechado, opressor mesmo, como se estivéssemos sentindo a pressão de Neil Armstrong durante todo o filme. O tempo todo temos aquela sensação de um documentário, pelo tipo de imagem que aparece. Damien é o diretor de dois outros filmes que eu gosto: Whiplash e La La Land.
Ficou curioso? Veja o trailer:
O que beber?
Se o homem chegou à Lua, o que ele pode fazer com uma cerveja, não é verdade? Surpreender o paladar do cervejeiro é sempre um desafio. Outro dia, quando conversava com o pessoal da Cervejaria Antuérpia, estávamos falando sobre essa necessidade de trazer sabores diferentes para a cerveja. Foi ali naquela conversa que eu conheci uma parte da linha Quintal.
Quintal é uma Catharina Sour, produzida com a adição de três frutas. Eles fazem a Quintal Mexerica, Quintal Jabuticaba e Quintal Morango com Hibisco. São cervejas ácidas, feitas com trigo, e com a adição de frutas, que ficam refrescantes e trazem um sabor especial.
Eu provei a de Mexerica e a de Morango com Hibisco. As duas são igualmente refrescantes, mas a de Mexerica, na minha opinião, ficou sensacional. Conseguiu juntar o perfil cítrico da fruta, com a acidez característica da cerveja.
Por ser do estilo Catharina Sour, a cerveja tem baixo amargor (IBU é 6) e pouco alcoólica (4,3% de álcool). Harmoniza muito bem com queijos como o Brie, por exemplo. Nós fizemos uma reportagem sobre a Catharina Sour, com várias dicas de harmonização, quando o estilo foi aceito pelo BJCP, neste ano.
Toda sexta-feira você vai encontrar, aqui, nesta coluna, uma indicação de filme e de um rótulo de cerveja. Mas quais os critérios para a escolha dos filmes e das cervejas? Veja aqui como é feita a nossa coluna semanal. Você também pode ler as colunas anteriores.
