Hoje eu posso dizer que sou fã das comédias francesas. O gênero feito por lá foi me conquistando de uma forma bem simples e aos poucos. Quem me conhece há mais tempo sabe que eu morria de preguiça do cinema francês. Mas acho que, o que me incomodava no drama, virou um diferencial nas comédias e nos filmes de comportamento.
Notre Dame, que estreia neste fim de semana nos cinemas, é um excelente exemplo desse tipo de filme. É sobre ele que vou falar hoje na coluna de Cinema do Cerveja & Gastronomia.
Notre Dame conta a história de uma arquiteta que vence um concurso para reformar a praça em frente a catedral de Notre-Dame, em Paris. Porém, essa vitória se transforma em um enorme fracasso profissional e gera muitas situações divertidas.
O primeiro destaque do filme é na leveza com que a história é contada. Ainda mais em tempos de pandemia, tudo que a gente quer e espera de um filme é um pouco de diversão para a cabeça, principalmente. E Notre Dame traz isso, com cenas que trazem elementos do realismo fantástico. Ou seja, a personagem vivencia situações de uma forma que só existem na cabeça dela, no melhor estilo “O Fantástico Mundo de Bob”.
É dessa forma, inclusive, que é feita a explicação de como o projeto dela chega até os jurados do concurso promovido pela Prefeitura de Paris. A história, a partir daqui, segue com toda a ironia e o sarcasmo típico dos filmes franceses – sempre mostrando situações do cotidiano, seguintes à cada decisão tomada pela protagonista.
A diretora Valérie Donzelli, que também escreveu o roteiro e interpreta a personagem principal, conta que se inspirou em algumas polêmicas recentes envolvendo o mundo da arte para se inspirar. Uma dessas obras que ela cita é a instalação feita pelo artista Paul McCarthy, na Place Vendôme. O trabalho feito com uma estrutura de plástico inflável foi chamada de “Árvore” mas ficou conhecida no mundo todo por sua semelhança com acessórios vendidos em sex shop, o que causou revolta da população.
Para quem está (como a grande maioria) sem nem pensar em viajar, por causa da pandemia, o filme ainda traz um “alento”, já que a maior parte das cenas tem Paris como fundo. Dá vontade demais em quem não conhece e bate aquela saudade em quem já passeou pelas ruas da cidade-luz.
Notre Dame foi um dos destaques do Festival Varilux de Cinema Francês do ano passado e é distribuído no Brasil pela Califórnia Filmes. O filme foi filmado um pouco antes do incêndio que destruiu boa parte da igreja em 15 de abril de 2019, o que a diretora considera fundamental, pois hoje ela não conseguiria contar essa história da mesma forma. Confira o trailer:
O que beber?
Um filme francês leve pede também uma cerveja francesa. Apesar de o país ser mais conhecido pela produção de vinhos, as cervejas francesas também têm seu charme, principalmente as que são de inspiração na escola “francobelga” de cervejas, que têm foco em leveduras e álcool.
Assim escolhi trazer hoje uma cerveja leve (para combinar com o filme que é uma comédia) mas que tivesse algum tipo de sabor. A cervejaria escolhida é a histórica Kronenbourg, fundada em 1664 e que hoje faz parte do grupo Carlsberg.
A Konenbourg Blanc é uma Witbier clássica, feita com trigo e especiarias. Neste caso é feita a ação de limão, o que traz muita refrescância para a bebida. Esse estilo, inclusive, fica muita bem acompanhado de bolinho de bacalhau frito, casquinha de siri, ceasar salad e outras entradas leves.
Essa garrafa azul é bem charmosa né? Lembrei da época da minha adolescência, quando o vinho sensação nas “festinhas” era o famoso vinho da garrafa azul! Há ainda uma outra versão que usa frutas vermelhas no lugar do limão, o que promete aumentar a sensação de doçura da cerveja na boca. Essa eu ainda não provei mas pela ideia deve valer a experiência!
Toda sexta-feira você vai encontrar, aqui, nesta coluna, uma indicação de filme e de um rótulo de cerveja. Mas quais os critérios para a escolha dos filmes e das cervejas? Veja aqui como é feita a nossa coluna semanal. Você também pode ler as colunas anteriores.