Publicidade


Cerveja com Manjericão e o filme Green Book - O Guia são as dicas da coluna de cinema desta sexta-feira - Foto: Montagem com Divulgação/Diamond Films e Reprodução/Instagram Cervejaria Seasons
Cinema no Cerveja e Gastronomia

Cinema: Green Book – O Guia

Estreou nos cinemas de todo o país, um dos filmes mais polêmicos desta edição do Oscar. “Green Book – O Guia” conta a história de um pianista negro e seu funcionário branco e italiano, numa viagem pelo sul dos Estados Unidos, no ápice do racismo. A polêmica é que o filme, inspirado em fatos reais e baseado em um livro escrito pelo filho do italiano, foi rechaçado pela família que alega que ele fantasia demais a história contada pelo pai. Outros protestos dizem respeito à forma como o negro foi colocado na história.

Eu vi o filme e posso dizer que é sensacional, um dos melhores que vi nos últimos tempos. E na coluna de hoje vou falar sobre os destaques de “Green Book – O Guia”, distribuído pela Diamond Films.

Viggo Mortensen e Mahershala Ali dão um show de interpretação no filme Green Book - Foto: Divulgação/Diamond Films
Viggo Mortensen e Mahershala Ali dão um show de interpretação no filme Green Book – Foto: Divulgação/Diamond Films

A história de uma amizade improvável é leve, divertida e discute assuntos sérios, ao mesmo tempo. Green Book é daqueles filmes que você não tira o olho da tela em nenhum momento. O roteiro é bem escrito e não se arrasta pelos minutos.

Se eu fosse definir o filme em duas palavras eu escolheria empatia e representatividade.

Empatia porque a inversão de papéis proposta pelo filme, do negro em posição de destaque, rico, com dinheiro, e do branco, empregado, motorista e segurança, faz com que cada um veja o que o outro passa. No caso, por causa do racismo extremo vivido na época, nem o dinheiro nem a fama deram ao negro Don Shirley o mesmo respeito que os brancos tinham na década de 1960. E isso é percebido pelo amigo Tony, que vai se solidarizando com as dores vividas pelo amigo.

Uma cena em especial é bem interessante, quando eles discutem no carro, numa noite de chuva. Quando você assistir, repare no diálogo. É muito forte e intenso e os dois atores dão um show extra nessa parte (e no resto do filme também, mas essa em especial é muito intensa!).

O carro verde é parte importante do filme, que se passa na estrada. Cena de bastidor dos atores com o diretor Peter Farrelly - Foto: Divulgação/Diamond Films
O carro verde é parte importante do filme, que se passa na estrada. Cena de bastidor dos atores com o diretor Peter Farrelly – Foto: Divulgação/Diamond Films

Sobre a representatividade, este é um filme que mostra, para quem insiste em não entender, a importância da representatividade. Don Shirley, na história, faz questão de viajar em turnê pelo sul dos Estados Unidos – lugar de extremo racismo. Tanto que Tony recebe da gravadora um livro verde, o Green Book que dá nome ao título. Esse guia, que existiu de 1936 a 1966, mostra os lugares (hotéis e restaurantes) que são apenas para “pessoas de cor” no sul dos Estados Unidos.

A presença de Don nessa região é importante porque traz à tona uma realidade: todos são iguais, todos são talentosos. Quando ele se apresenta para a elite norte-americana, ele está na verdade obtendo a admiração deles. É um tipo de aprovação pelo branco? Sim, é. Hoje a gente consegue fazer essa leitura. Mas não tira em nada como ele representava ali toda uma comunidade. Don Shirley queria ser visto por outros negros em posição de destaque.

Uma cena em especial me emocionou muito. Eles estão viajando e o carro quebra em um momento, na estrada. O sol é muito quente, Tony vai resolver o problema enquanto eles são observados por escravos em uma plantação. A cena para aquelas pessoas é muito chocante – eles nunca viram um negro com um motorista branco, sendo atendido por um branco. É uma cena muito bonita, pois fala também de esperança, de representatividade.

No cinema, perdi as contas de quantas vezes eu ri sozinho com as cenas, os diálogos, as situações. Também fiquei indignado com a situação de preconceito repetida em vários momentos. E claro, me emocionei nestes dois momentos acima.

O filme gira em torno da relação de Tony e Don Shirley. Mas o núcleo italiano do filme também garante boas risadas. Eles é que são o espelho da sociedade, com reações que as pessoas da época tinham (e muitas têm até hoje, infelizmente).

O núcleo da família italiana garante boas risadas e boas sacadas em relação aos temas controversos do filme - Foto: Divulgação/Diamond Films
O núcleo da família italiana garante boas risadas e boas sacadas em relação aos temas controversos do filme – Foto: Divulgação/Diamond Films

Acho que independentemente da polêmica de que a história seria fantasiosa, o filme cumpre muito bem o seu papel de mostrar que as diferenças podem ser trabalhadas, se transformando em algo bom.

No caso, uma amizade que permaneceu viva por 50 anos! Don Shirley e Tony Vallelonga morreram em 2013 – Tony morreu em Janeiro e Don Shirley em Abril do mesmo ano.

Don Shirley e Tony Lip na vida real; os amigos morreram com diferença de meses entre um e outro - Foto: Reprodução Wikimedia Commons
Don Shirley e Tony Lip na vida real; os amigos morreram com diferença de meses entre um e outro – Foto: Reprodução Wikimedia Commons

Green Book está concorrendo a 5 Oscars, incluindo melhor filme, melhor diretor, melhor ator e melhor ator coadjuvante. O filme venceu 3 das 5 categorias dos Golden Globes que concorria, incluindo melhor filme de comédia ou musical. Ficou curioso? Veja o trailer:

O que beber?

Um filme sobre preconceito e diversidade pede uma cerveja que seja leve e ao mesmo tempo inovadora! A Cervejaria Seasons, de Porto Alegre, lançou em 2015 essa cerveja do estilo Witbier que leva manjericão nos ingredientes.

Basilicow é uma cerveja do estilo Witbier com manjericão - Foto: Reprodução/Instagram Cervejaria Seasons
Basilicow é uma cerveja do estilo Witbier com manjericão – Foto: Reprodução/Instagram Cervejaria Seasons

Witbier, por tradição, é uma cerveja da escola belga que tem trigo na receita, além de condimentos, como semente de coentro, e frutas, geralmente casca de laranja. No caso da produzida pela Seasons, há ainda a adição de manjericão – folha que tem muito cheiro e sabor e sempre marca bastante os pratos que acompanha.

No caso da cerveja ele está lá. O sabor e o cheiro do manjericão aparecem, equilibrados com o leve amargor da cerveja (o IBU dela é 16). Esse “toque” de manjericão é bem bacana para as harmonizações. Você pode comer uma salada com frango grelhado, por exemplo, que combina muito bem com uma Witbier, e ainda ter o sabor do manjericão. O mesmo vale para pizzas no sabor marguerita.

A cerveja tem 5% de álcool e tem cor palha, característica do estilo. Essa receita ainda leva aveia, o que deixa a espuma ainda mais persistente e cremosa.

Quando foi lançada, em 2015, venceu o Festival da Cerveja em Blumenau como a melhor cerveja do ano.

Basilicow é uma Witbier produzida pela Cervejaria Seasons em Porto Alegre - Foto: Divulgação/Cervejaria Seasons
Basilicow é uma Witbier produzida pela Cervejaria Seasons em Porto Alegre – Foto: Divulgação/Cervejaria Seasons

Toda sexta-feira você vai encontrar, aqui, nesta coluna, uma indicação de filme e de um rótulo de cerveja. Mas quais os critérios para a escolha dos filmes e das cervejas? Veja aqui como é feita a nossa coluna semanal. Você também pode ler as colunas anteriores.

E o que você achou deste filme e da cerveja? Escreva aqui nos comentários e compartilhe sua opinião com a gente!

Quer receber dicas e acompanhar os destaques da semana no seu e-mail? Cadastre-se no Clube Cerveja & Gastronomia!

* campo obrigatório

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Publicidade