Em 1980 um filme de terror psicológico marcou a carreira de Jack Nicholson para sempre. Ele interpretou o personagem principal do filme dirigido por Stanley Kubrick, baseado na história do sempre fantasioso Stephen King.
Agora, em 2019, estreia nos cinemas, distribuído pela Warner Bros., o filme “Doutor Sono”. É uma continuação de “O Iluminado”, que, apesar de se remeter aos personagens e a uma parte da história original, tem um enredo próprio. Este é o destaque da coluna de cinema desta semana do Cerveja & Gastronomia, publicada neste domingo, excepcionalmente.
Antes de falarmos sobre “Doutor Sono”, vamos falar sobre a relação com “O Iluminado”. A pergunta que mais me fizeram quando falei com amigos sobre o filme foi: “preciso ver O Iluminado antes?”.
A resposta é bem simples. São duas experiências diferentes. O filme, por si só, é autosuficiente. Você tem em “Doutor Sono” uma história completa com início, meio e fim. Mas a experiência de encontrar as referências ao primeiro filme na história é, na minha opinião, muito mais interessante.
Por isso, mesmo não sendo obrigatório, eu recomendo que você assista a “O Iluminado” antes de ver “Doutor Sono”.
Falando sobre o novo filme, é muito legal reencontrar os personagens e saber o que aconteceu com o garoto Danny. Podemos dizer que “Doutor Sono” se divide em três partes. Na primeira vemos Danny, já adulto, repleto de decisões erradas na vida, perdido entre as drogas e o álcool, depois de ter sofrido uma infância complicada. Na segunda parte temos a história de espíritos malignos e conhecemos a relação de Danny com essa questão. Por último, o tão esperado reencontro com o Hotel Overlook, cenário do primeiro filme.
Ewan McGregor consegue se colocar bem no papel, mesmo quando faz referências diretas ao papel interpretado por Jack Nicholson. O roteiro, que segue a “viagem” já conhecida do escritor Stephen King, tem muitas características do realismo fantástico, do sobrenatural e do mundo dos espíritos. É muito legal ver como ele consegue amarrar um mundo real com um mundo que não existe em uma história crível.
Além disso, o filme tem um tom sombrio na maior parte das cenas e a fotografia é bem moderna, com muitos movimentos de câmera – que me passaram a ideia de uma homenagem aos filmes de Stanley Kubrick.
Veja o trailer e acompanhe o filme nos cinemas:
O que beber?
A cervejaria ZEV lançou duas novidades em outubro, em mais experimentos que misturam frutas com cervejas do estilo Berliner Weisse. Agora, além das cervejas com jabuticaba, uvaia e cambuci, a cervejaria lançou uma com frutas vermelhas e outra com Kiwi.
As cervejas do estilo Berliner Weisse são muito leves, ácidas e refrescantes. Elas são feitas com uma mistura de cevada e trigo, por isso tem uma aparência levemente turva no copo. Além disso são acrescentados lactobacilos na receita, que traz acidez e adstringência.
A Berliner Weisse surgiu na Alemanha e ficou muito famosa durante o verão de Berlim, quando era consumida em taças largas, de boca redonda, como as de champanhe da década de 1920. Desde essa época, são servidas com ou sem xarope, que adocica o sabor e deixa a bebida com tom frutado.
Na harmonização, a Berliner Weisse vai muito bem com sobremesas, como um Cheesecake de frutas vermelhas, além de combinar com queijos brancos. A versão sem xarope é perfeita para acompanhar um bom ceviche ou um peixe frito à doré ou mesmo empanado.
No Brasil, uma versão desse estilo, com o acréscimo de frutas (como faz a Zev nesta linha) se transformou no estilo Catharina Sour, reconhecido pelo BJCP, como a gente explicou nesta reportagem.
A ZEV é uma cervejaria que nasceu em Suzano, no interior de São Paulo. Além da linha de Berliner Weisse, há ainda a NE IPA e a Vienna Lager, entre os destaques, que você pode conhecer.
Toda sexta-feira você vai encontrar, aqui, nesta coluna, uma indicação de filme e de um rótulo de cerveja. Mas quais os critérios para a escolha dos filmes e das cervejas? Veja aqui como é feita a nossa coluna semanal. Você também pode ler as colunas anteriores.