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Logo no início do filme “Colette”, que está em cartaz nos cinemas, o personagem Willy diz que uma peça ruim é difícil de ver. E ele explica: uma obra de arte que você não gosta, é só virar a cara. Uma música no rádio, é só desligar. Mas uma peça ruim é igual a uma ida ao dentista, segundo o personagem. É um sofrimento longo!

A frase de Willy vale também para filmes no cinema. E ainda bem que este não foi um momento sofrido! Ver “Colette” é um passeio pelo tempo, um filme que, ao mesmo tempo que registra um período do tempo, também inspira. A história, baseada em fatos reais, de uma das escritoras mais famosas da França, é o assunto da coluna de cinema do site Cerveja & Gastronomia desta sexta-feira. O lançamento tem distribuição em todo o país pela Diamond Films Brasil.

Colette é a história da luta de uma mulher pelo direito de viver plenamente - Foto: Divulgação/Diamond Films Brasil
Colette é a história da luta de uma mulher pelo direito de viver plenamente – Foto: Divulgação/Diamond Films Brasil

A história de “Colette” começa na adolescência. Uma jovem que vivia no interior da França e se apaixonou por um homem mais velho, da capital, Paris. É com ele que ela vai viver e aprender tudo que precisa para se conhecer e, a partir daí, assumir as rédeas da própria vida.

Uma das primeiras cenas mostra perfeitamente como a inocência de uma adolescente de uma pequena cidade é um contraponto à vida boêmia da cidade grande, ainda mais de uma capital como Paris. Logo depois de se casar, ela vai a uma festa com Willy, o marido, e logo se sente completamente deslocada daquele ambiente. Quando termina o filme e você se lembra desse momento, é muito bacana perceber como foi o crescimento emocional da personagem.

Lembrando que isso tudo, esse empoderamento, foi no início do século XX, entre 1900 e 1910. É incrível como Colette foi uma mulher muito à frente do seu tempo. O roteiro destaca exatamente os momentos em que ela se sobressaiu, depois de muito se anular perante o marido (o escritor conhecido como Willy, por quem ela foi perdidamente apaixonada). Analisando sob o ponto de vista atual, é fácil perceber que ela estava em uma relação doentia, violenta emocionalmente. Mas na época isso tinha muitas outras implicações.

Keira Knightley é a atriz que interpreta a escritora francesa Colette - Foto: Divulgação/Diamond Films Brasil
Keira Knightley é a atriz que interpreta a escritora francesa Colette – Foto: Divulgação/Diamond Films Brasil

Com as traições, as dívidas, Colette começa a escrever e cria o primeiro livro Claudine, que conta as lembranças de uma moça que viveu no interior (ou seja, a própria história!). O livro, publicado como obra apenas do marido, Willy, foi um enorme sucesso. Mudou hábitos e fez com que as jovens parisienses cortassem os cabelos e usassem outro tipo de roupa, numa alusão ao que seria a imagem de Claudine. Todas queriam ser Claudine.

A sexualidade de Colette é debatida desde o início do filme e foi muito bem colocada no roteiro. Não vem gratuitamente, no intuito de se aproveitar das cenas mais quentes protagonizadas pela bela Keira Knightley, mas faz parte do contexto da vida dela. Desde a adolescência vemos momentos como a relação dela com a melhor amiga de infância, o desejo e a curiosidade de conhecer outras mulheres, até a decisão de viver exclusivamente com uma, Missy, com quem ficou até o fim da vida.

Colette é um filme dirigido por Wash Westmoreland, que também escreveu o roteiro - Foto: Divulgação/Diamond Films Brasil
Colette é um filme dirigido por Wash Westmoreland, que também escreveu o roteiro – Foto: Divulgação/Diamond Films Brasil

É difícil imaginar quem tenha vivido tal experiência há mais de 10 anos, considerando que já é algo difícil nos dias de hoje. Colette sempre viveu muito fora da curva, como disse o diretor Wash Westmoreland, no lançamento do filme. E foi isso que o atraiu para o projeto, que desenvolveu com um dos roteiristas e companheiro, Richard Glatzer, que morreu em 2015. Aliás, o filme é dedicado a ele, com um crédito no final, já que desde 2001 eles estavam trabalhando juntos no roteiro de “Colette”. Westmoreland também dirigiu “Para Sempre Alice”, que rendeu o Oscar para a atriz Julianne Moore.

A vida de Colette foi tão intensa que o diretor, que já admirava a escritora, passou a entendê-la melhor:

Ela foi uma sobrevivente. Ela seguiu em frente. Ela surgiu e se manteve fiel à sua verdade artística. Essas são coisas que eu tento fazer. Então eu gostaria de dizer que eu aprendi muito com a Colette durante todo este processo.

Wash Westmoreland, diretor do filme “Colette”.
O ator Dominic West divide o protagonismo com Keira Knightley e passou muito calor durante as gravações - Foto: Divulgação/Diamond Films Brasil
O ator Dominic West divide o protagonismo com Keira Knightley e passou muito calor durante as gravações – Foto: Divulgação/Diamond Films Brasil

Outro destaque é no trabalho do ator que interpreta Willy, Dominic West. Ele faz uma dupla perfeita com Keira. E uma curiosidade das gravações: O ator precisou usar um enchimento para criar um Willy mais gordo. Só que durante as gravações em Budapeste, com o calor de 40 graus, os produtores tiveram que criar um sistema que permitia a passagem de um líquido gelado por dentro do enchimento, para resfriar um pouco o ator.

Veja o trailer e vá aos cinemas. É um filme muito bacana e com certeza é um dos meus preferidos deste ano.

O que beber?

A dica de hoje é um lançamento da Everbrew, cervejaria de Santos, no litoral paulista. A Evercream é uma NEIpa (New England India Pale Ale), em que a principal característica é a turbidez da cerveja. Vamos traduzir! A cerveja não é transparente, ela é turva, principalmente pela adição de algum ingrediente que traga também uma cremosidade para a cerveja na boca.

No caso desta da Everbrew, o ingrediente usado é a aveia – em grandes quantidades, como eles mesmos dizem no Facebook da Cervejaria. O resultado é uma cerveja amarela, bem espumada, cremosa e com o amargor de uma Ipa que a gente tanto gosta.

Evercream é o lançamento da Evercream, uma cerveja do estilo NE Ipa, com adição de aveia para ficar bem cremosa - Foto: Reprodução/Instagram Cervejaria Everbrew
Evercream é o lançamento da Evercream, uma cerveja do estilo NE Ipa, com adição de aveia para ficar bem cremosa – Foto: Reprodução/Instagram Cervejaria Everbrew

Se você não conhece o estilo, vale provar. É um dos estilos da moda deste ano (NEIpa e Sour) que dominaram os lançamentos em 2018.

A harmonização segue o mesmo conceito das Ipas, mas eu acho que a NEIpa se destaca bem com comida mexicana e indiana. Os lúpulos vão acentuar os condimentos, e a cremosidade da cerveja vai deixar tudo pronto para a próxima garfada.

A Evercream está sendo lançada em lata e em chope. A cerveja tem IBU de 60 e 7,5% de álcool. Aliás, fica a sugestão para quem estiver passando por Santos, cidade da cervejaria. Eles inauguraram, no fim de novembro, o brewpub da marca com muitas opções de chope e comida!

Everbrew inaugurou um brewpub em Santos, no fim de novembro - Foto: Reprodução/Instagram Cervejaria Everbrew
Everbrew inaugurou um brewpub em Santos, no fim de novembro – Foto: Reprodução/Instagram Cervejaria Everbrew

Toda sexta-feira você vai encontrar, aqui, nesta coluna, uma indicação de filme e de um rótulo de cerveja. Mas quais os critérios para a escolha dos filmes e das cervejas? Veja aqui como é feita a nossa coluna semanal. Você também pode ler as colunas anteriores.

E o que você achou deste filme e da cerveja? Escreva aqui nos comentários e compartilhe sua opinião com a gente!

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