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A Vida Invisível e a cerveja Tropical Sour, da Ouropretana, são as dicas desta coluna de cinema - Foto: Montagem com Leo Homssi/Divulgação e Vitrine Filmes/Divulgação
Cinema no Cerveja e Gastronomia

Cinema: A Vida Invisível

Já está nas telas, de todos os cinemas do Brasil, o filme “A Vida Invisível”, distribuído por Vitrine Filmes e Sony Pictures. O filme, escolhido para representar o Brasil no Oscar do ano que vem, é o destaque da nossa coluna de cinema do site Cerveja & Gastronomia.

Nesta semana eu chamei um amigo jornalista para que ele comentasse o filme aqui no site. Pablo Nogueira é jornalista da UFMG e viu “A Vida Invisível” antecipadamente, em uma sessão para convidados.


Pablo Nogueira é jornalista da UFMG
Pablo Nogueira é jornalista da UFMG

“A Vida Invisível” chega aos cinemas de todo o Brasil em 21 de novembro. A estreia, inicialmente marcada para o dia 31 de outubro, foi adiada em virtude da agenda de divulgação pela equipe do filme que, uma vez gabaritado, busca se fortalecer na disputa para concorrer na categoria de filme internacional em 2020. Se a obra, inspirada no livro de Martha Batalha e dirigida por Karim Aïnouz, triunfar em sua estratégia, a justiça terá sido feita. Com atuações brilhantes, roteiro bem adaptado, excelentes fotografia e trilha sonora e um argumento que se revela primoroso quando da junção de todos esses elementos, tem mesmo boa chance de representar o Brasil na disputa pelo Oscar. O site “Cerveja & Gastronomia” acompanhou uma das exibições do filme que, além da data de estreia, teve o título modificado. Em vez de “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, como na obra literária, apenas “A Vida Invisível”, o que faz jus ao que se pode apreender, tanto da qualidade do desempenho das atrizes, Carol Duarte e Julia Stockler, igualmente fabulosas em suas atuações, quanto do equilíbrio das aparições das personagens vividas por elas, Eurídice e a irmã Guida.

Atrizes vivem duas irmãs no filme "A Vida Invisível" - Foto: Divulgação/Vitrine Filmes
Atrizes vivem duas irmãs no filme “A Vida Invisível” – Foto: Divulgação/Vitrine Filmes

Diante de tantos bons aspectos, é preciso destacar os diálogos e gestos, todos perfeitamente úteis do ponto de vista de uma narrativa que convence por aquilo que claramente aparece e aquilo que se deve subentender, do que não é pronunciável e pode ser apenas visto e sentido e, ademais, também do que é dito e como é dito; tudo sempre se encaixando de forma bastante natural para nos apresentar as descobertas, opressões e angústias experimentadas pelas personagens, sensações que podem ser facilmente captadas pelo público.

Fotografia é um dos destaques do filme "A Vida Invisível" - Foto: Bruno Machado/Vitrine Filmes
Fotografia é um dos destaques do filme “A Vida Invisível” – Foto: Bruno Machado/Vitrine Filmes

Na história de duas mulheres que, nas décadas de 1940 e 1950, têm suas vidas inviabilizadas e seus desejos e sonhos massacrados pelo patriarcado, absolutamente todo ato cênico é, em si, uma violência. De “A Vida Invisível” tudo se aproveita. Cada movimento ou interação, se atentos, é capaz de nos revelar fragmentos de vidas sistematicamente constrangidas, violadas, silenciadas, adiadas e extintas, em suas diferentes formas e em meio a “inocentes” episódios, dando prova de que o machismo nosso de cada dia está, muitas vezes, nos pequenos detalhes, capazes de causar profundos estragos. De maneira ora sublime, ora selvagem – também nos cenários e sons -, a obra conjuga afeto e desapreço, como elementos que ajudam na composição da face abjeta da violência patriarcal, de homens algozes e criminosos e de mulheres que precisam se apoiar e resistir, embora, como também fica nítido, sejam forçadas, muitas vezes, a naturalizar e aceitar determinadas renúncias.

Por fim, se já é de certa forma comum, em alguma medida, a representação do machismo no cinema, é preciso destacar que a originalidade do filme está na possibilidade de tratar, sob outro prisma, das consequências que essa relação de poder exerce sobre a vida dos indivíduos. “A Vida Invisível”, ao contar a história sobre mulheres que são anuladas em sua condição, nos revela como isso pode influir também numa das formas mais potentes de amor, o fraterno. Difícil lembrar prontamente de alguma obra que tenha chegado a esse lugar, de forma tão tocante. Vale a pena assistir e torcer pela indicação ao Oscar. O anúncio dos indicados acontece em 13 de janeiro. A cerimônia de entrega da estatueta em 9 de fevereiro.


Curtiu? Eu vou ver o filme nesta semana. Para quem quiser saber mais, dê uma olhada no trailer. Ah, e assim como a gente faz com as cervejas, prestigiando a produção local, vamos prestigiar também o cinema produzido no Brasil, combinado?

O que beber?

A Cervejaria Ouropretana lançou um novo chope, neste mês, que une o sabor das frutas tropicais com a acidez típica do estilo Sour. É a Tropical Sour, produção sazonal da cervejaria que traz bastante refrescância.

Aliás, o clima “tropical” faz parte do filme o tempo todo – na fotografia e na história. Daí é uma cerveja que combina também com “A Vida Invisível”!

Para quem gosta de novidades, é uma chance de conhecer a histórica cidade de Ouro Preto e ainda aproveitar para provar esse lançamento. A cerveja é produzida com lúpulos El Dorado, o que traz notas de caju e abacaxi. A acidez é baixa, em comparação com outras cervejas do estilo, o que torna a bebida bem refrescante e leve. A cor é clara e levemente turva. O amargor também é baixinho, tem 13 de IBU e o chope tem 5,5% de álcool.

As cervejas deste estilo harmonizam muito bem com pratos leves, como peixes, ceviches e saladas, por exemplo, pois trazem para a boca a mesma sensação do “limão” por exemplo.

Além da Sour, a Cervjejaria Ouropretana produz outros oito estilos de cerveja na linha fixa, entre elas as minhas preferidas Amburana Brown e Ginger Ipa. A loja da fábrica da Cervejaria Ouropretana fica na Rua Benedito Valadares, 250, no bairro Pilar em Ouro Preto.

Tropical Sour é o lançamento da Cervejaria Ouropretana - Foto: Leo Homssi
Tropical Sour é o lançamento da Cervejaria Ouropretana – Foto: Leo Homssi

Toda sexta-feira você vai encontrar, aqui, nesta coluna, uma indicação de filme e de um rótulo de cerveja. Mas quais os critérios para a escolha dos filmes e das cervejas? Veja aqui como é feita a nossa coluna semanal. Você também pode ler as colunas anteriores.

E o que você achou deste filme e da cerveja? Escreva aqui nos comentários e compartilhe sua opinião com a gente!

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