Imagine um mundo em que todas as mulheres foram mortas por uma praga. Este é o mundo em que vivem a pequena Rag e seu pai. O filme “A Luz no Fim do Mundo”, distribuído pela Imagem Filmes, foi escrito, produzido e dirigido por Casey Affleck. Veja na dica desta semana na coluna de cinema do site Cerveja & Gastronomia.
O filme é um drama com toques de thriller, pois tem bons momentos de ação. Numa das cenas, mais para o final, chega até a ser explicitamente violento. Mas não é uma violência gratuita, só para mostrar sangue em cenas de ação. Faz parte da história e está contextualizada.
A história começa com um conto, inspirado na Arca de Noé. Preste bastante atenção nesta parte pois dela depende a ligação com o final do filme! Sem dar spoilers, podemos dizer que o filme tem três partes bem distintas. A primeira, apresenta a relação de pai e filha. A segunda, em flashbacks espalhados pelo filme, conta o que aconteceu antes, quando a mãe ainda estava viva. Por último temos os resultados do encontros com outras pessoas pelo caminho, que promove alterações na forma como a relação deles era estabelecida.
O filme “A Luz no Fim do Mundo” pode ser visto dessa forma, linear, como uma história apocalíptica, ou, da maneira que eu acho mais interessante, como um discurso a favor das mulheres.
Casey Affleck, que já enfrentou graves acusações de abuso sexual em 2017, parece ter feito o filme para refazer sua própria dinâmica das relações com as mulheres. No filme elas não aparecem. Não se explica por que elas desapareceram. Não é esse o foco. A questão é muito mais ampla. Mostra como são os homens. Como eles agem. Mostra a importância da mulher na sociedade.
Em um momento muito especial do filme, a menina pergunta até quando eles teriam que viver assim, em pânico. O pai responde “até que haja equilíbrio entre homens e mulheres”. Ele se sente responsável por ela, não apenas por ser, aparentemente, a única mulher existente. Mas também por ser sua filha, que representa ali o amor que ele tinha pela esposa. Ele finalmente entende, a partir do ponto de vista do homem, que as mulheres não estão na posição de igualdade onde deveriam estar. E ao mesmo tempo que ele tenta defendê-la, a garota vai mostrando que ela pode se virar sozinha e que merece ser tratada como igual.
Em um filme de poucos atores, percebe-se que foram todos bem escolhidos e a atuação é muito boa, principalmente da garota. Casey Affleck também está muito bem no papel.
Além disso, a trilha sonora dá o tom exato do filme, que intercala momentos de tensão com belas cenas, típicas de filmes apocalípticos.
Veja o trailer e entenda um pouco da história do filme:
O que beber?
Eu já indiquei aqui várias cervejas diferentes e criativas feitas pelo pessoal da Cervejaria Dogma. Agora eles lançaram a primeira Pilsen da marca. A cerveja “Rest in Pilz” é baseada na Pilsen da República Tcheca, uma das mais clássicas. Eles usaram na receita o lúpulo Saaz, que traz aromas herbais que se unem ao cheiro de pão e biscoito do malte.
A Pilsen tradicional nada tem a ver com as cervejas comerciais que se intitulam Pilsen. Ela tem sabor e a cor é normalmente de um amarelo intenso e transparente ao mesmo tempo.
Essa versão da Cervejaria Dogma tem 5,3% de álcool e será vendida em latas de 350ml.
Aqui no site você encontra algumas opções de harmonização com cervejas do estilo Pilsen. Veja a reportagem.
Toda sexta-feira você vai encontrar, aqui, nesta coluna, uma indicação de filme e de um rótulo de cerveja. Mas quais os critérios para a escolha dos filmes e das cervejas? Veja aqui como é feita a nossa coluna semanal. Você também pode ler as colunas anteriores.
