A história da Rainha Anne, que governou a Inglaterra no século XVIII, inspirou este filme, que mistura os fatos históricos com o poder da narrativa dos bastidores de um grande reinado. “A Favorita” conquistou o Oscar de Melhor Atriz, com Olivia Colman, mas merecia mais alguns prêmios. Esta é a dica da coluna de Cinema do site Cerveja & Gastronomia de hoje!
Anne foi rainha de 1702 a 1714. Ela chegou ao poder depois que a irmã, rainha Mary, não teve herdeiros e acabou passando a coroa para Anne. Ela foi a primeira rainha da Grã-Bretanha, com a unificação da Escócia, em 1707.
Na corte ela tinha uma favorita, que cuidava da vida pessoal e ajudava nas decisões da rainha. É a troca de uma favorita por outra, recém-chegada, que o filme aborda.
Apesar de parecer uma história de disputa amorosa, na verdade é uma enorme disputa política, contada de forma bem humorada. Cada uma das “favoritas” representava, na verdade, um partido, que disputava o poder. Assim Sarah e Abigail representavam os conservadores e os liberais, respectivamente.
A direção do grego Yórgos Lánthimos se mostrou bem criativa ao garantir que os atores interpretassem seus personagens de forma bem natural, no limite da caricatura da época. A escolha pelo uso de câmeras com lente grande angular me incomodou em alguns momentos pelo excesso, mas tem seu papel na história, ao criar uma distância entre os acontecimentos e o nosso olhar.
A história contada no filme “A Favorita” é tão surreal que eu me peguei conferindo o celular no meio do filme. Explico: eu gosto da experiência de ser surpreendido quando estou no cinema. Por isso eu prefiro simplesmente entrar na sala e curtir. Mas os acontecimentos foram tão malucos que eu achei que o filme fosse inteiramente ficção. Mas não. Aquelas pessoas existiram. Mesmo sendo reinterpretada, o cerne da história é real e por isso vale muito ver o filme.
Veja o trailer:
O que beber?
O filme trata do período em que a Escócia foi unificada com a Inglaterra, surgindo a Grã-Bretanha. Claro que a dica de cerveja hoje é uma queridinha da Escócia, que conquistou tanto o consumidor brasileiro, que acabou ganhando um BrewPub aqui no Brasil, em São Paulo: a BrewDog
A Punk IPA foi a cerveja que trouxe reconhecimento para a marca, surgida em 2007. É uma India Pale Ale muito bem feita, amarga na medida (IBU de 40) e com 5,6% de álcool.
A BrewDog usa 6 lúpulos nesta receita, permitindo múltiplas experiências sensoriais, do aroma até o sabor. É interessante perceber os tons cítricos e o amargor se complementando na boca.
No bar aberto pela cervejaria em São Paulo, além de beber as principais cervejas, como a Punk IPA, você ainda pode conhecer alguns rótulos sazonais e harmonizar com pratos preparados na hora. O cardápio está no site deles, que está em inglês. O bar abre todos os dias, em horários variados.
Aliás, nós temos várias sugestões de harmonizações com IPAs na série “O que Combina?”. São pratos e petiscos que você pode combinar e deixar essa experiência ainda mais saborosa. Veja a reportagem aqui.
Toda sexta-feira você vai encontrar, aqui, nesta coluna, uma indicação de filme e de um rótulo de cerveja. Mas quais os critérios para a escolha dos filmes e das cervejas? Veja aqui como é feita a nossa coluna semanal. Você também pode ler as colunas anteriores.