O brasileiro Rafa Gil conversou com exclusividade com o site Cerveja e Gastronomia. Leia a entrevista e entenda como vai ser o reality, que inclui outros brasileiros entre os convidados.
Chegou o dia! Hoje, dia 20 de novembro, a Netflix estreia, em todos os países onde a empresa opera, o reality global de gastronomia “The Final Table – Que Vença o Melhor”. E tem brasileiro no programa: o chef Rafael Gil, conhecido como Rafa Gil, nascido em Bataguassu, Mato Grosso do Sul.
Desde março deste ano, ele trabalha em Jacarta, na capital da Indonésia, no Keraton at The Plaza, um dos hoteis de luxo da cidade asiática. Rafa já trabalhou também no Ozone, o mais mais alto do mundo, que fica no 118º andar do também luxuoso hotel Ritz-Carlton, em Hong Kong e em um restaurante de muito prestígio, com 3 estrelas Michelin, em Barcelona. Veja no mapa por onde o chef passou:
No Instagram, o chef Rafa publicou um trecho da apresentação da dupla que ele vai fazer com o chef mexicano Esdras Ochoa, com quem trabalhou na China:
Agora que já conhecemos o nosso participante brasileiro, como vai funcionar o programa? É o seguinte: serão 12 duplas de chefs de cozinha (24 chefs no total) renomados mundialmente, que vão disputar, em cada episódio, um lugar na mesa final – a mesa que reúne os maiores e melhores chefs da gastronomia mundial.
Nesta mesa é que fica a nossa maior representante, a chef Helena Rizzo, do restaurante Maní, que publicou um trecho do programa em seu Instagram:
Participam também da “Mesa Final”, além da chef brasileira Helena Rizzo, os chefs Enrique Olvera (México), Andoni Aduriz (Espanha), Clare Smyth (Reino Unido), Vineet Bhatia (Índia), Grant Achatz (Estados Unidos), Carlo Cracco (Itália), Yoshihiro Narisawa (Japão) e Anne-Sophie Pic (França).
Em cada episódio eles devem preparar pratos tradicionais de nove países: Brasil, México, Itália, Espanha, Inglaterra, França, Japão, Estados Unidos e Índia. Ou seja, além de conhecermos as criações dos 24 participantes, vamos viajar ainda pela culinária destes 9 países.
Os participantes serão julgados por celebridades, críticos gastronômicos e pelo chef mais admirado do seu país, que vão eliminar as equipes até a final. No episódio 4, que é sobre o Brasil, foram convidados, para participar, a cantora Bebel Gilberto, a modelo Alessandra Ambrósio e o crítico gastronômico Josimar Melo. O crítico Arnaldo Lorençato também é um dos participantes da série.
Veja quais são as outras celebridades que vão participar da série: Hikari Mori e Yuji Ayabe (Japão), Esterelle Payany (França), Alessandro Del Piero e Eleonora Cozzella (Itália), Hasan Minhaj e Ranganathan Madhavan (Índia), Gary Lineker e Cat Deeley (Reino Unido), Miguel Bose e Ana Polvorosa (Espanha), Martha Higareda e Julio Cesar Chavez (México), Colin Hanks e Dax Shepard (Estados Unidos).
“The Final Table” é apresentado por Andrew Knowlton, escritor vencedor do prêmio gastronômico James Beard e editor da revista americana Bon Appétit.
Veja o trailer da série, no clipe oficial da Netflix, com legendas em português:
Entrevista Exclusiva
O Chef Rafa Gil conversou com a gente por e-mail antes da estreia, em uma entrevista exclusiva para o site Cerveja e Gastronomia. Veja o que ele falou sobre o processo de seleção para o programa, os bastidores da gravação, o tipo de gastronomia que ele cria e, claro, sobre harmonização com cervejas!
1. Como é ser um dos brasileiros que representam a gastronomia do nosso país em uma competição global? Você se sentiu pressionado por isso durante as gravações?
Quando recebi o convite, jamais pensei que entraria no programa, isso porque estou fora do país há muito tempo e porque existem muitos chefes bons no Brasil; mas o convite para participar do The Final Table me faz acreditar que estou no caminho certo e representar nosso país me deixa ainda mais feliz e me faz lutar para trazer este “Título” para o Brasil, onde a gastronomia tem se mostrado cada dia mais entre as “elites”. Por se tratar de um programa que não existia e não tínhamos ideia do que viria pela frente, a pressão era muito grande, isso porque sabíamos da grandiosidade do programa (disponível em mais de 190 países) e que qualquer deslize poderia colocar minha carreira em xeque. Estava muito nervoso (vocês vão ver), mais de 25 câmeras, plateia, etc., tentei desconectar e fazer o que mais gosto: cozinhar, mas quando você fica de frente com alguns dos teus ídolos, a perna treme!
2. Com raízes brasileiras e morando na Ásia, de que forma você classificaria o seu estilo de gastronomia? É mais internacional ou você mantém traços regionais nos pratos que prepara?
Sou natural do interior do Mato Grosso do Sul, Bataguassu; e depois de me formar em Administração decidi seguir meu sonho e entrar para a Gastronomia. Sou formado pela Anhembi Morumbi e fui fazer um estágio na Espanha no qual me abriram muitas portas, inclusive para “invadir” a Ásia e trazer um pouco de “Samba e Dendê” para o oriente. Comecei em Cingapura, passei por Hong Kong e agora estou em Jacarta na Indonésia. Meu estilo é mais direcionado à cozinha mediterrânea, na qual tive a oportunidade de me desenvolver como profissional, mas sempre tento colocar um pouco do meu estilo, das minhas origens e raízes nos meus pratos. E a galera curte essa “fusion”.
3. Como foi participar do programa The Final Table? Foi um desafio cozinhar em um estúdio, onde a temperatura é diferente de uma cozinha, por causa do ar condicionado e da iluminação?
No primeiro episódio, quando entramos nos Estúdios Sony pela primeira vez, me perguntei “O que estou fazendo aqui?”. Muito desafiador entrar em estúdio, cozinhar para o mundo inteiro ver em uma cozinha que não era a minha, com equipamentos diferentes, para uma plateia de mais de 200 pessoas e câmeras por todos os lados (inclusive no teto) realmente deixa qualquer um em pânico…. E o ar condicionado?!?!? Vocês irão entender no dia 20!
4. O programa reúne chefs de sucesso de vários países. As variadas línguas e culturas foram uma dificuldade na competição? Sua dupla, por exemplo, é com o chef mexicano Esdras Ochoa.
O bacana do programa é que estamos todos no mesmo barco, temos de cozinhar algo de países onde não tivemos oportunidade de visitar ou provar sua gastronomia, e é aí que eu acho que o programa se diferencia, mostra quem é Chef de verdade diante de um desafio complexo e que será julgado por experts. Trabalhar com o Esdras foi fantástico. Tive o prazer que conhecê-lo em Hong Kong e, como morei muitos anos na Espanha, nosso trabalho em equipe rolou de forma tranquila e divertida. Torçam por nós!
5. Você acha que o crescente número de programas de culinária e gastronomia – em sua maioria de realities – ajuda a desmistificar a alta gastronomia? Você acredita na popularização com a ajuda deste tipo de programa?
Eu acredito sim, mas não usaria desmistificar e sim popularizar a alta gastronomia. Acredito que, por exemplo, nós no The Final Table, vamos mostrar técnicas que não necessariamente você precisa ir a um restaurante de alta gastronomia para provar; só aplicar a técnica correta e fazer em casa ou no restaurante, mas claro, tudo com bom produto! A base de tudo esta na matéria prima que você está utilizando. Outro ponto importante é o empratamento, que aí sim acredito que faz a diferença, afinal, comemos com os olhos e acreditamos ser algo muito complicado, o que na verdade não é. Acho que esse é truque!
6. Por último, nosso site discute a questão das harmonizações com cerveja. Você já fez algum prato que tivesse cerveja como ingrediente ou como acompanhamento na harmonização? O que achou? E qual a sugestão do chef para quem deseja se arriscar neste tipo de mistura – cerveja e gastronomia?
Sou muito a favor sim. Todo e qualquer tipo de harmonização é sempre bem vinda. Trabalhei no Ozone Bar e Restaurante, localizado no Ritz Carlton – o hotel mais alto do mundo – e lá tive a oportunidade de fazer menus com harmonização de cervejas, cocktails e vinhos. Como o próprio nome diz, harmonizar, combinar ingredientes de forma harmônica, seja amargor, acidez, doçura e até mesmo texturas. Vida de Chef é assim, para acertar um prato testamos muitos antes e nos testes é que descobrimos sabores e combinações jamais imaginadas. Aí surge o inusitado, o diferente e o mais importante o Chef.
O que podemos dizer? Desejamos ao chef brasileiro toda a sorte e sucesso do mundo! Estamos na torcida! E você? Comente aqui o que achou do programa!
SERVIÇO: Você pode assistir “The Final Table – Que Vença o Melhor”, a partir do dia 20 de novembro, no catálogo da Netflix. Link direto: www.netflix.com/thefinaltable
Rafael, desejamos toda sorte do mundo, a torcida aqui na sua terra é total, estamos todos juntos e misturados contigo, que Deus te ilumine e proteja, forte abraço.
Muito bom e excelente programa de gastronomia”The Final Table-Que Vença o Melhor” prestigiando renomados chefs como Rafael Gil e sua dupla mexicano Esdras Ochoa. Desejo a essa dupla toda sorte e confiança q já teem de sobra e muito sucesso e vamos a vitória…Estamos na torcida aqui em Bataguassu -MS Brasil Rafael Gil…Abraços…