São muitos os filmes que retratam parte da história da Segunda Guerra Mundial. Cada um com seu ponto de vista, seus dramas e suas vitórias. Mas se você não viu Dunkirk no ano passado, quando estava nos cinemas, tem a chance agora de ver em casa. O filme acabou de entrar na programação dos canais HBO e essa é a dica da coluna Cinema no Cerveja e Gastronomia de hoje.
Uma das primeiras coisas que chamam a atenção em Dunkirk é na forma de contar a história. São três momentos, que inicialmente não estão na mesma linha de tempo, mas que vão fazendo sentido à medida que a história vai sendo contada. Isso faz toda a diferença no ritmo da história, que consegue impor uma velocidade em cada trecho, até que as três histórias se unifiquem. O próprio diretor, Christopher Nolan, disse em entrevista que a história se passa em uma semana, um dia e uma hora e é muito legal ver isso acontecendo no filme. Sério, só por isso eu acho que já vale a pena ver esse Dunkirk.
E se você for como eu, que não costuma ver filmes de guerra, confesso que paguei língua. Principalmente pela fotografia e pelo trabalho dos atores. Tudo muito bem feito, cenas que ficam marcadas por muito tempo e que identificam o filme já no momento de uma foto. Experimente fazer uma busca no Google Imagens por Dunkirk depois de ver o filme e você vai entender o que estou falando. São muitas imagens icônicas e que representam a força desse filme.
Outro aspecto de Dunkirk que eu gosto muito é que ele não tem protagonistas e antagonistas. São sequências que falam da luta pela sobrevivência durante a guerra. O que você está disposto a fazer para sobreviver por mais um dia? É uma pergunta que certamente encaminhou o roteiro, também assinado por Christopher Nolan.
Dunkirk conta a história do resgate de 400 mil soldados dos Aliados que foram cercados no norte da França, em Dunquerque (Dunkirk, em inglês), durante a Segunda Guerra Mundial. O resgate foi coordenado pela Inglaterra, que precisou usar barcos pequenos, dos moradores da costa inglesa, para conseguir trazer um grande número de soldados.
Dunkirk arrecadou mais de 500 milhões em todo o mundo e se tornou o filme de maior bilheteria sobre a história da Segunda Guerra Mundial. No Oscar venceu apenas 3 prêmios técnicos – muito merecidos – mas eu confesso que queria que ele ganhasse como diretor, o qual também foi indicado.
Veja o trailer:
O que beber?
Um filme pesado e que trata de um assunto denso como a Guerra pede também uma cerveja que tenha bastante corpo e seja bem forte. Assim escolhi a Russian Imperial Stout da Cervejaria Leopoldina.
Uma cerveja de cor escura e intensa, com notas de caramelo, chocolate e uma firme presença de café no cheiro. Na boca, tem uma sensação bem aveludada e o amargor do lúpulo fica bem equilibrado com o sabor doce do malte.
Eu já expliquei aqui, mas vale repetir: todas as cervejas que tenham o Imperial ou Double no estilo possuem mais álcool. No caso desta, é uma garrafa de 9% de álcool, o que ajuda a harmonizar com sobremesas de chocolate que tenham mais gordura, como o petit gateau (já fez? é muita manteiga!) e brownies. O sabor do chocolate da cerveja também harmoniza com este tipo de sobremesa por semelhança.
Nos pratos salgados, o adocicado dela harmoniza com um bom Goulash (prato de carne cozida russo), por exemplo. Eu também já provei essa cerveja acompanhada de um filé ao molho de chocolate e confesso que gostei do resultado.
Definitivamente, não é uma cerveja para os fracos. Exige um paladar mais apurado, que suporte o amargor com o alto índice de álcool. E olha que essa nem é das mais alcóolicas, viu? Recomendo a experiência!
Toda sexta-feira você vai encontrar, aqui, nesta coluna, uma indicação de filme e de um rótulo de cerveja. Mas quais os critérios para a escolha dos filmes e das cervejas? Veja aqui como é feita a nossa coluna semanal. Você também pode ler as colunas anteriores.