Todos os anos, os cervejeiros americanos que fazem parte da Brewers Association se reúnem para atualizar o guia de estilos da entidade. Esse material serve de referência para toda a comunidade cervejeira, pois traz a descrição de cada estilo catalogado e em produção atualmente.
Fazem parte da BA cervejarias pequenas e independentes, o que torna o estudo dos estilos a partir de guias como esses algo bem especial. Eu mesmo gosto de escolher um estilo por mês e estudar mais a fundo as características que tornam aquela bebida diferente das outras.
Os primeiros guias foram baseados no trabalho do jornalista e conhecedor de cervejas, Michael Jackson (não confunda com o pop star!). Mais recentemente esse trabalho de compilar e editar as contribuições que alteram esse catálogo ficou sob a responsabilidade de Charles Papazian.
Além de centenas de revisões nos textos e no formato dos estilos, quatro novos estilos foram adicionados neste ano. São eles:
- Kentucky Common Beer
- New Zealand-Style Pale Ale
- New Zealand-Style India Pale Ale
- Belgian-Style Session Ale.
A Kentucky Common Beer é uma cerveja americana de cor âmbar, levemente turva. Na boca o sabor do malte adocicado deve ser dominante. Notas de Caramelo, Toffee e pão também podem estar presente. O amargor deve ser de baixo a médio e a cerveja deve ser bem seca, no final, e carbonatada. Segundo o guia da BA esse estilo era produzido na região de Louisville, no Kentucky desde a Guerra Civil até a época em que a produção de bebidas era proibida (a lei seca). Na época milho era usado na proporção de 25% a 35% dos maltes.
Já os estilos da Nova Zelândia são produzidos com o uso de lúpulos locais, o que traz, para a cerveja, refrescância e muitos aromas frutados para os estilos Pale Ale e India Pale Ale. Os dois estilos apresentam uma cerveja bem seca ao final, na boca, resultado da fermentação de todo o açúcar durante o processo de fabricação.
Por último, o estilo Belgian-Style Session Ale foi criado para incluir cervejas que possuem características de cervejas belgas mas que, pelas mudanças na receita, apresentam baixo índice de álcool – entre 2,1% a 5% de álcool. Além disso elas têm equilíbrio entre os sabores e os aromas. É mais um estilo curinga do que um novo estilo propriamente falando, para fins classificatórios mesmo.
Nenhum estilo foi excluído no guia deste ano. Vale lembrar que, o estilo Catharina Sour, criado no Brasil, não faz parte do guia da BA. Ele existe apenas no guia de referências da BJCP.
Quem quiser conhecer o guia, em inglês, pode consultar tudo no site da Brewers Association.