É só a temperatura esfriar um pouco que logo aparecem as propagandas sugerindo “cervejas de inverno”. Apesar de entender que é um termo que facilita o entendimento e as vendas, eu acho importante esclarecer o que é mito e o que é verdade sobre essas cervejas.
1: Cervejas de Inverno só podem ser consumidas nessa época do ano
Esse é o primeiro mito. As cervejas que geralmente aparecem nessa época de temperatura mais baixa podem ser consumidas em qualquer época do ano. Seja no calor, seja no frio, são cervejas deliciosas e fortes, que podem harmonizar diferentes pratos. O que acontece, normalmente, é que, como são cervejas com teor alcoólico maior, elas trazem aquela sensação de calor que o álcool proporciona quando consumido. Mas aqui vale a comparação com o vinho: você só toma vinho no inverno?
2: Cerveja escura é cerveja de inverno
Outra mentira, que sempre surge nessa época é a que diz respeito ao consumo de cervejas escuras – como se todas fossem fortes como é esperado para as cervejas dessa época. É um fato que boa parte das cervejas escuras são mais fortes. Primeiro pelo sabor, que fica mais intenso por causa do uso dos maltes tostados. Segundo pelo tipo de fermentação, que geralmente libera mais álcool e torna a cerveja mais encorpada, às vezes até liquorosa, na boca.
Mas não é uma regra. Algumas cervejas escuras são bem leves e refrescantes. É o caso da Schwarzbier. A Dark Lager também é uma cerveja super leve. Além disso, a cor da cerveja não se relaciona em nada com o teor alcoólico. Há cervejas bem alcoólicas avermelhadas, e até douradas. A Bock, por exemplo, é uma cerveja avermelhada e bem alcoólica. No caso da dourada, temos a a Gueuze, uma cerveja de fermentação selvagem, com cerca de 8,5% de álcool.
3: Cerveja sem espuma é cerveja de inverno
Esse é verdadeiro – mas calma lá! A cerveja que tem pouca formação de espuma geralmente é porque tem um alto teor alcoólico. O álcool dificulta a formação e manutenção da espuma no copo. O teor mais alto também muda a textura na boca da bebida – pode ficar mais aveludada, mais liquorosa, e até mais “grossa”.